O
capítulo 12 do Apocalipse de João precede uma sequencia de eventos
que culminam com o cumprimento vitorioso do Messias sobre o acusador
e sedutor das nações e as núpcias com sua adornada noiva.
Este
capítulo traz
consigo uma
espécie de
resumo dos
tempos. Um
método de
interpretação pardês
proposital
por
parte
do
redator.
Cheio
de
grandes
detalhes
que
testificam
a
história
de
Israel
e
sua
opressão.
Um
resumo
que
explica
o
ponto
de
partida
dos
grandes
eventos
narrado
a
partir
do
capítulo
13.
A MULHER
“E
VIU-SE
um
grande
sinal
no
céu:
uma
mulher
vestida
do
sol,
tendo
a
lua
debaixo
dos
seus
pés,
e
uma
coroa
de
doze
estrelas
sobre
a
sua
cabeça.
E
estava
grávida,
e
com
dores
de
parto,
e
gritava
com
ânsias
de
dar
à
luz.”
(vv.1,2)
Esta
figura feminina
é uma
extração do
texto profético
de Isaías
e Miqueias
que narram
esta mulher
simbolizando Israel.
“Como
a
mulher
grávida,
quando
está
próxima
a
sua
hora,
tem
dores
de
parto,
e
dá
gritos
nas
suas
dores,
assim
fomos
nós
diante
de
ti,
ó
SENHOR!
(Isaías
26.17)”
O sofrimento de Israel ante aos
seus opressores já estava representado pela mulher com dores de
parto. Mas a forma como João descreve e faz uso destas profecias,
organiza os fatos como se fizesse uso da figura de Miriam (Maria) mãe
de Yeshua como a mulher narrada. Miriam seria o cumprimento em carne
da figura profética da mulher que representava a nação de Israel.
Israel dá luz ao Messias, mas a mulher de Israel que cedeu o útero
foi Miriam.
O DRAGÃO
“E
viu-se
outro
sinal
no
céu;
e
eis
que
era
um
grande
dragão
vermelho,
que
tinha
sete
cabeças
e
dez
chifres,
e
sobre
as
suas
cabeças
sete
diademas.
E
a
sua
cauda
levou
após
si
a
terça
parte
das
estrelas
do
céu,
e
lançou-as
sobre
a
terra;
e
o
dragão
parou
diante
da
mulher
que
havia
de
dar
à
luz,
para
que,
dando
ela
à
luz,
lhe
tragasse
o
filho.
E
deu
à
luz
um
filho
homem
que
há
de
reger
todas
as
nações
com
vara
de
ferro;
e
o
seu
filho
foi
arrebatado
para
Deus
e
para
o
seu
trono.
E
a
mulher
fugiu
para
o
deserto,
onde
já
tinha
lugar
preparado
por
Deus,
para
que
ali
fosse
alimentada
durante
mil
duzentos
e
sessenta
dias.”
(vv.3-6)
O Império Romano é tratado como
o opressor de Israel representado frequentemente por estas 7 cabeças
e 10 chifres. Roma pode ser vista no evangelho de Mateus como alguém
que procura matar Yeshua logo após seu nascimento.
“E,
tendo
eles
se
retirado,
eis
que
o
anjo
do
Senhor
apareceu
a
José
em
sonhos,
dizendo:
Levanta-te,
e
toma
o
menino
e
sua
mãe,
e
foge
para
o
Egito,
e
demora-te
lá
até
que
eu
te
diga;
porque
Herodes
há
de
procurar
o
menino
para
o
matar.
E,
levantando-se
ele,
tomou
o
menino
e
sua
mãe,
de
noite,
e
foi
para
o
Egito.
E
esteve
lá,
até
à
morte
de
Herodes,
...Então
Herodes,
vendo
que
tinha
sido
iludido
pelos
magos,
irritou-se
muito,
e
mandou
matar
todos
os
meninos
que
havia
em
Belém,
e
em
todos
os
seus
contornos,
de
dois
anos
para
baixo,
segundo
o
tempo
que
diligentemente
inquirira
dos
magos...
Morto, porém, Herodes, eis
que o anjo do Senhor apareceu num sonho a José no Egito, dizendo:
Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel;
porque já estão mortos os que procuravam a morte do menino.”
(vv.13-20)
Miriam foge para o Egito numa
postura similar a da visão apocalíptica que representaria sua
atitude como uma ação profética narrada pelo profeta Miqueias:
“Sofre
dores,
e
trabalha,
para
dar
à
luz,
ó
filha
de
Sião,
como
a
que
está
de
parto,
porque
agora
sairás
da
cidade,
e
morarás
no
campo,
e
virás
até
Babilônia;
ali,
porém,
serás
livrada;
ali
te
remirá
o
SENHOR
da
mão
de
teus
inimigos.”
(Miqueias
4.10)
Tanto o Egito quanto a Babilônia,
são vistos vez por outra como locais de fuga para o povo de Israel.
Miriam se refugia por um longo período no Egito tanto quanto os dias
simbolizados pela profecia de João: 1.260 dias (v.6).
O
VARÃO
“E
deu
à
luz
um
filho
homem
que
há
de
reger
todas
as
nações
com
vara
de
ferro;
e
o
seu
filho
foi
arrebatado
para
Deus
e
para
o
seu
trono.”
(v.5)
João deste ponto em diante,
ignora o tempo dos fatos e faz uma análise Derash (alegórica e
espiritual) muito relevante:
Quando Miriam foge para o Egito
ela e seu esposo o fazem para proteger a vida de Yeshua, O Varão que
há de reger toda as nações. Mas João não consegue compreender
que pessoas comuns tenham o poder de proteger O Melech Ha Moshiach (O
Rei Messias).
Ele
afirma
que
O
Varão
é
“arrebatado
para
D'us.”
João
discerne
que
a
perseguição
a
Yeshua
acaba
quando
Ele
é
morto,
ressuscita
e
ascende
aos
céus.
Mas
a
perseguição
a
mulher
– Israel,
continua:
“E,
quando
o
dragão
viu
que
fora
lançado
na
terra,
perseguiu
a
mulher
que
dera
à
luz
o
filho
homem.
E
foram
dadas
à
mulher
duas
asas
de
grande
águia,
para
que
voasse
para
o
deserto,
ao
seu
lugar,
onde
é
sustentada
por
um
tempo,
e
tempos,
e
metade
de
um
tempo,
fora
da
vista
da
serpente.
E
a
serpente
lançou
da
sua
boca,
atrás
da
mulher,
água
como
um
rio,
para
que
pela
corrente
a
fizesse
arrebatar.
E
a
terra
ajudou
a
mulher;
e
a
terra
abriu
a
sua
boca,
e
tragou
o
rio
que
o
dragão
lançara
da
sua
boca.”
(v.v.13-16)
Yeshua
sai
de
cena
e
fica
apenas
a
mulher.
Ela
sofre
as
investidas
e
foge
para
o
deserto.
Ela
não
é
mais
representada
por
Miriam,
mas
apenas
por
Israel
que
de
sua
desocupação
da
Palestina
(135
A.D.)
até
o
final
do
holocausto
nazista
(1945
A.D)
sofreu
extremas
perseguições,
privando-os
de
retornarem
a
sua
terra.
Deserto
nada
mais
é
do
que
a
representação
de
uma
vida
ser
raízes
na
terra,
sem
vínculos
com
o
solo,
sem
propriedades.
Egito
é
lugar
de
peregrinação,
assim
como
os
judeus
peregrinaram
entre
os
povos.
Mas
a
última
investida
contra
o
Novo
Estado
de
Israel
nada
mais
foi
do
que
uma
última
investida
contra
a
Mulher
e
que
foi
mal
sucedida.
Como
João
profetizou
“e
a
terra
abriu
a
sua
boca,
e
tragou
o
rio
que
o
dragão
lançara
da
sua
boca.”
O REMANESCENTE
Antes do confronto final, existe
um conflito contra um grupo chamado de remanescentes:
“E
o
dragão
irou-se
contra
a
mulher,
e
foi
fazer
guerra
ao
remanescente
da
sua
semente,
os
que
guardam
os
mandamentos
de
Deus,
e
têm
o
testemunho
de
Yeshua
O
Messias.”
(v.17)
Quem seriam estes remanescentes?
Eles
são
semente
da
mulher
e
tem
uma
peculiaridade
em
sua
fé:
“guardam
os
mandamentos
de
Deus,
e
têm
o
testemunho
de
Yeshua
O
Messias”.
A
Igreja
Evangélica
tem
como
origem
um
confronto
direto
com
a
Igreja
Católica.
A
reforma
protestante
é
uma
ruptura
com
valores
inadmissíveis
para
a
fé
no
Messias.
Todavia
o
comportamento
de
fé
das
igrejas
posteriores
a
reforma,
em
sua
maioria,
foi
de
que
“guardar
os
mandamentos”
tornou-se
desnecessário
para
a
fé
em
Yeshua.
A
Torá
diante
de
uma
má
leitura
das
epístolas
paulinas,
recebeu
o
status
de
maldição,
enquanto
o
testemunho
de
Yeshua
resultou
em
suficiente
para
a
prática
da
fé.
Isto
exime
a
igreja
gentílica
em
sua
maioria
da
profecia
apresentada
no
capítulo
12
de
Apocalipse.
Pois três perseguições foram
apresentadas neste texto: (1) Contra Israel nas pessoas de Yeshua e
Miriam assim como da nação e o Império Romano; (2) Da diáspora
até o Novo Estado de Israel; (3) Ha Satan contra o remanescente que
guarda os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Yeshua O
Messias.
Antes do conflito final, a fé no
Messias precisa se deparar com a perseguição aos que creem em
Yeshua mas não rejeitam a Torá. Este movimento está em alta nos
dias atuais, pois o Judaísmo Messiânico tem obtido muitos adeptos,
assim como igrejas gentílicas estão reavaliando a rejeição do
Primeiro Testamento, entendendo que Yeshua não veio abolir Lei
algumas, mas apenas plenificar seu sentido. Trazendo para seu
sacrifício cada oferta sacrificial, o papel de juiz e executor de
penas capitais e a função do sumo sacerdote. Enquanto que os
preceitos que se seguem continuariam a ser obedecidos.
Como
o
sábio
Eduardo
Stein
diz:
“Yeshua
é
a
Torá
que
anda.”
Ele
deve
ser
nosso
modelo
de
como
cumprir
os
preceitos
e
não
o
pretexto
para
rejeitá-los.
Torá não foi feita para salvar,
mas para ensinar os salvos em Yeshua a fazerem a vontade de D'us
enquanto neste mundo viverem.
Por
Pr. Renato Cesar
Hessed Y'shua Ha Mashiach
Adoneinu imachem Amén.
Essa perícope descreve uma batalha no céu. Como se pode então compreender que o império romano, essencialmente terreno, seja representado por um personagem celeste (o dragão)?
ResponderExcluirGostei da detalhada interpretação.
Humberto Macharetti