O QUE
SIGNIFICA APOSTASIA?
Esta
expressão mencionada no Novo Testamento, especificamente na segunda
epístola paulina aos Tessalonicenses (Cap.2.3) “...Antes
daquele dia virá a apostasia.” Tem
como origem o termo grego αποστασια
–
apostasia
seria
um vocábulo com conotação de separação ou deserção.
Mas
deserção de que? Separação de quem? Em que circunstâncias o
apóstolo e rabino Paulo fala de apostasia?
Paulo
descreve nesta carta que havia uma pregação sendo difundida em que
o “Dia
de Adonai”
já tivesse chegado (II Tess 2.2-3). A refutação de Paulo consiste
em afirmar que o preceder da chegada do “Dia
de Adonai”
seria um período de apostasia,
ou seja, um período de deserção.
MAS
DESERÇÃO DE QUE?
Paulo
continua a instruir e dar os sinais da apostasia: “Não
deixem que ninguém os engane de modo algum. Antes daquele dia virá
a apostasia e, então, será revelado o homem da iniquidade, o filho
da perdição. (Cap.2.3)
Ele
ressalta o movimento apóstata como a revelação do “homem
da iniquidade”,
ou o “filho
da perdição.”
um tipo de ação religiosa que exerça αμαρτια
hamartia,
palavra
grega
equivalente
a errar o alvo, desviar-se do caminho de retidão e honra, desviar-se
ou violar a vontade de Deus, pecado em termo geral.
O
Dr. David Stern traduz a expressão “homem
da iniquidade,” como
o “homem
que se separa da Torá”(ref.
Dicionário Judaico do Novo Testamento. pg.680). É
curiosa esta interpretação pois em princípio o termo hamartia,
não deve ser traduzido como rejeição a Torá, mas como qualquer
tipo de pecado.
No
entanto na continuidade da leitura da instrução de Paulo aos
Tessalonicenses encontramos na versão NVI e na versão Almeida
revista e corrigida novamente a palavra iniquidade:
“A
verdade é que o mistério da iniquidade já está em ação,
restando apenas que seja afastado aquele que agora o detém.”
(Cap.2.7)
. Nossos
olhos se deparam mais uma vez com o termo “iniquidade”,
mas
desta vez não se refere a palavra hamartia,
mas
ao termo ανομια
anomia.
A
condição daquele que não cumpre a Torá. Junção do prefixo A
(sem,
ausência de)
+ NOMOS
(Lei).
Esta
expressão traz a ideia de uma vida sem lei, ou sem a Torá.
REPENSANDO
PAULO
Se
o apóstolo Paulo fala de um movimento de apostasia como uma pregação
religiosa que propõe uma vida sem Torá (Lei de Moisés), então
Paulo milita contra aspectos conflitantes similares aos dias atuais
em que legalismo e libertinagem estão em foco.
Hoje
um movimento tem se tornado muito fortes dentro do meio cristão e
judaico:
A
ideia de uma vida religiosa em que no mundo judaico, acredita-se que
pelo simples fato de sua linhagem como povo de D'us e a Brit Milá
(circuncisão) em vossa carne o faz herdeiro de um bom lugar no mundo
porvir. Sem ter uma vida piedosa e de nenhuma relação com O Eterno
e sua Torá, quanto mais reacender a esperança messiânica.
Reduzindo o judaísmo ou alguns judaísmos, mas
não todos,
a uma questão de identificação de uma árvore genealógica. Isto
faz com que a fé se torne algo obsoleto e até descartável quando
se fala de Judaísmo, com suas propostas reformistas e até mesmo
ateístas.
Entre
os ditos evangélicos ou cristãos existe um grande modismo religioso
ligado aos templos e rótulos denominacionais em que ser cristão é
ser parte de um clube. Seja este de empresários; desempregados; para
solteiros; pra quem deseja prosperidade; alguns para salvar
casamentos; como última opção diante de uma enfermidade; ou
qualquer outro benefício em que o participante do clube possa
adquirir por uma quantia mensal dada em dinheiro.
Em
muitas igrejas,
mas não todas,
tem se perdido valores morais e espirituais tanto quanto conhecimento
bíblico. Uma forte pregação contra a Torá, associa o texto dado a
Moisés com a lei judaica e diz que cumprir preceitos contidos no
“Velho Testamento” anula a graça (Veja
mais sobre sta questão no artigo entole x nomos)
e
uma antipatia imensa tem se criado entre judeus messiânicos e
evangélicos.
REPENSANDO
A FÉ DIANTE DA APOSTASIA
Alguns religiosos tem
afirmado que práticas judaicas tem sido inseridas dentro das igrejas
e isto é uma grande verdade. Porém quando observamos o movimento
judaico messiânico e o comportamento neo pentecostal compreendemos
que existem muitas criancices. Infantilidades por falta de orientação
bíblica. Igrejas com instruções incompletas referentes a
simbologia judaica e que implementam em suas roupas e símbolos
aspectos concernentes a tradição rabínica.
Sim, isto é infantil
e não sabemos em até que ponto saudável. O judaísmo é muito
atraente e fascina muitos evangélicos. Mas até que ponto isto é
apostasia?
Não se mede apostasia
por este aspecto. Paulo afirma que a apostasia está liga a anomia
e hamartia. Exatamente uma vida
sem Torá e nutrida pelo pecado.
Dizer
que praticar a Torá salva é inerentemente não bíblico. Se
qualquer movimento religioso pregar que a Torá foi feita para salvar
é similar ao movimento judaizante. (Os chamados judaizantes pela
teologia eram opositores de Paulo). Questão que Paulo combateu em
sua epístola aos Gálatas. A Torá não foi feita para o Olam Habá
(o mundo porvir), mas sim para o Olam Hazé (mundo presente). Ela nem
faz menção direta da Eternidade.
Porém
os cristão contrários e críticos ferrenhos ao movimento judaico
messiânico e a assimilação de costumes judaicos dentro de igrejas
evangélicas, precisam entender quatro aspectos:
- Não confunda inserir imagens judaicas com pregar que a Lei Salva.
- Os evangélicos atuais são recheados de símbolos pagãos, imposições católicas e costumes seculares que podem ser vistos em suas vestimentas, festas e ritos cultuais.
- Não se deve confundir cumprir preceitos contidos no Primeiro Testamento com prática judaica.
- A apostasia se parece muito com costumes cristãos históricos e atuais, assim como o comportamento evangélico na atualidade.
Estes quatro aspectos
preparam caminho para repensar a apostasia hoje. Pois a perseguição
aos apóstatas está na contramão da Bíblia quando compreendo que
criticar símbolos judaicos tornou-se mais importante do que criticar
símbolos pagãos dentro de nossa fé.
Afrontar o Primeiro
Testamento dizendo que ele não serve mais é medíocre quando vemos
os mesmos pregadores mencionando Malaquias 3.10 para suas campanhas
sobre o dízimo; usar os Salmos para associar seus templos
denominacionais com o Templo de Jerusalém e dizer como é bom estar
na “Casa de D'us”; Que as benção de Abraão devem estar sobre
eles, entre outros absurdos descomunais que quando convém eles usam
o Velho Testamento como se ele valesse ainda.
A apostasia se parece
muito com a história que boa parte do cristianismo escreveu na
humanidade. Desde suas inquisições e cruzadas, aos guetos e a ku
klux klan, do Nazismo até o anti-semitismo atual, o que vemos é O
Nome de Jesus sendo pretexto para aberrações religiosas que Ele não
pregou.
Hoje existe uma forte
tendência da igreja evangélica a assimilação secularizada obtida
pelos católicos brasileiros. Quando alguém não tinha religião se
autodenominava católico. Mas atualmente no Brasil assim como nos
Estados Unidos os protestantes e os evangélicos em modo geral já
não separam o secularismo do espiritual ou religiosos, nem sagrado
de profano. No Brasil é possível se deparar com pessoas sem nenhum
vínculo com os valores mantidos pela Bíblia e que se intitulam
evangélicos.
Isto é o precedente
da verdadeira apostasia em que flagrantes de corrupção;
enriquecimento ilícito; escândalos sexuais e morais são vistos
dentro da igreja evangélica. Um testemunho de nenhum temor a D'us
nem ao Messias Yeshua e quanto mais a Torá. Pessoas que não tem
medo de ir para o inferno; não pregam a volta do Messias; não falam
sobre pecado; não creem na ressurreição dos mortos e enaltecem sua
história denominacional. Enquanto missionários sofrem nos campos e
ímpios tomam ojeriza ao Evangelho. O que resta são pastores falando
mal de pastores; igrejas falando mal de igrejas; programas de TV que
militam para descobrir qual igreja vai encher mais; não como se
fossemos ovelhas, mas cabeças de gado a serem contadas em seus
currais de comida podre que nos acostumamos a comer.
Apostasia na mente
deles seria chamar Jesus de Yeshua; menorá; bandeira de Israel
dentro da igreja; sábado no lugar do domingo; festas bíblicas e
kipá. Mas nunca seria suas declarações de fé; seus rótulos
denominacionais; as manchas de suas histórias; seus missionários
frustrados; seus mega templos; seus escândalos e corrupções; seus
cabides de emprego; suas propriedades históricas vendidas para
cobrir as besteiras que pastores que deveriam estar apascentando
ovelhas e estavam dando de empreendedores incompetentes e não
percebiam; suas críticas a irmãos de fé que simplesmente pensam de
maneira diferente uns dos outros, assim como Paulo, Pedro ou Apolo ou
por fim a falta de conhecimento bíblico profundo. Nada disso é
apostasia para eles.
Definitivamente estamos
vivendo uma inversão de valores.
Mas
o Rabino Paulo disse: “A
vinda desse perverso é segundo a ação de Satanás, com todo o
poder, com sinais e com maravilhas enganadoras. Ele fará uso de
todas as formas de engano da injustiça para os que estão perecendo,
porquanto rejeitaram o amor à verdade que os poderia salvar.”
(Cap.2.9-10)
Shalom
u'vrachá
Pr.
Renato Cesar
Bom dia pr.Renato Cesar,saúde,mto boa a matéria em questão,me responda se puder,qdo o senhor fala que a Lei (Toráh)não salva,eu até entendo a sua concepção,é um tanto qto sensato e equilibrado,Baruch HaShem !Vai a minha pequena dúvida,antes do Machiah estar em nosso meio,como era que as pessoas que acreditavam na esperança da vinda do Messias(obviamente judeus) eram salvas ?Eu analiso um ponto em questão,a Brit haDashah(n.t.)nos diz que havia um homem e uma mulher que era considerado pela Lei como irrepreensíveis em "todos os mandamentos",no caso aqui se trata de Zacarias e Izabel(tradução dos nomes p/ o português),como fica esse caso,eles eram salvos ou não?Por favor,se puder ,me responda,abraço e shalom.
ResponderExcluir